Maria Lúcia Garcia, ex-dirigente de ensino, sempre foi acostumada a controlar o dinheiro e a lidar com crianças. Francini Policarpo, publicitária, tinha experiência em eventos.

Mãe e filha juntaram as habilidades e abriram um buffet infantil. Foi num começo de ano que veio a ideia. “Nós definimos que o ano deveria ser diferente, então iniciamos o ano já planejando o que faríamos, para onde correríamos”, afirma Francini.

Elas já tinham imóvel próprio, boa parte do dinheiro e conheciam a vizinhança, futura clientela. Mesmo com tudo isso, passaram quase um ano preparando o lançamento.

“É preciso estudo, planejamento, observação de campo, no sentido de ver que tipo de funcionários ou auxiliares a gente teria, como treinar pessoal, que linha de trabalho a gente daria ao nosso empreendimento”, diz Maria Lúcia Garcia.

“Posso dizer que, em dois anos, a gente deu uma boa guinada, duplicamos a quantidade de festas efetuadas no primeiro ano, os clientes estão sendo superfieis, voltam, é muito legal mesmo”, destaca Francini.

O exemplo do buffet mostra que ter o próprio negócio pode ser um sonho, mas não uma aventura. De acordo com o Sebrae, 30% das micro e pequenas empresas fecham no primeiro ano de funcionamento. Isso por causa de falta de planejamento, má administração e falta de dinheiro.

E pegar dinheiro no banco pra abrir uma empresa já é começar mal, avisa o Sebrae. É preciso ter recursos próprios porque, no começo, a empresa não vai dar lucro e, aí, a dívida com o banco acaba crescendo.

É fundamental também conhecer o ramo do negócio que se pretende abrir. E fazer um plano: definir qual o perfil do cliente, o produto que será vendido, os equipamentos e funcionários necessários para produzi-lo, quem serão os fornecedores e como a empresa será divulgada.

De acordo com o consultor do Sebrae Ari Rosolem, esse tipo de planejamento torna-se ainda mais importante no meio da crise financeira. “Costumo dizer o seguinte: é nas crises que a gente cresce. Posso abrir minha empresa? Devo abrir? Posso abrir, mesmo na crise.

Só que tenho que tomar muito cuidado com meu planejamento, analisar bem a viabilidade do meu negócio, se eu tenho dinheiro suficiente, se eu tenho conhecimento para poder abrir aquele ramo de negócio que quero”, recomenda Rosolem.

Fonte: Fábio Turci – São Paulo – Jornal Hoje 17/01/2009